Efeitos e Procedimentos do ECT



Procedimentos da Eletroconvulsoterapia

Quando a ECT é indicada a um paciente do IPAN, o médico responsável explicará todo o procedimento detalhadamente. O tratamento é realizado em uma série de aplicações. O número de sessões não é previamente definido, pois deve levar em consideração diversos fatores: diagnóstico, gravidade do quadro, tolerância às alterações cognitivas, idade, complicações clínicas, entre outros. A maioria dos pacientes requer de 6 a 12 tratamentos. Na maioria dos casos de depressão, são feitas de 6 a 8 para alcançar o resultado desejado. O tratamento é feito três vezes por semana em dias alternados. Este esquema de tratamento permite um equilíbrio entre uma boa velocidade de resposta clínica e tempo entre as aplicações para que haja recuperação e descanso do paciente.

O paciente realiza a ECT em um ambiente hospitalar e extremamente seguro, com todos equipamentos necessários. Todo o procedimento dura cerca de meia hora, a convulsão induzida leva em torno de 30 a 40 segundos. Os pacientes despertam em cerca de 5 a 10 minutos após o procedimento e obtém alta em meia a uma hora. Isso porque a indução anestésica é muito breve, diferente do que é necessário para uma cirurgia, onde o paciente precisa permanecer desacordado por muitas horas, para o procedimento da ECT a anestesia pode e deve ser muito mais rápida.

A ECT é um procedimento extremamente seguro. Para se ter uma idéia, a taxa de mortalidade total está abaixo de zero, estimada em 0,1% a 0,01%. Este é, em média, o risco da própria indução anestésica geral breve.

Efeitos colaterais

Antes de iniciar o tratamento com ECT, os profissionais do IPAN conversam com o paciente e seus familiares sobre os possíveis efeitos colaterais e como lidar com eles. Os efeitos cognitivos (especialmente perda temporária da memória ou graus variados de desorientação ao despertar da anestesia) são os mais freqüentes, é importante ressaltar que os quadros depressivos podem estar acompanhados de profundas alterações cognitivas. Nestes quadros, a ECT pode estar associada a uma melhora cognitiva importante.

Todas as possíveis alterações decorrentes do tratamento variam de acordo com fatores técnicos como tipo de onda utilizada para o estímulo (há menor alteração com ondas de pulso breve e ultrabreve), a intensidade do estímulo, o número e a freqüência de aplicações (quanto menor a intensidade, o número e a freqüência, menos alterações), a técnica utilizada (a ECT bilateral promove mais efeitos cognitivos que a unilateral), a idade do paciente (idosos são mais sensíveis) e, por fim, a presença ou não de disfunção cerebral preexistente. Outros efeitos colaterais que podem surgir são cefaléia, náusea, dores musculares, geralmente leves e de fácil tratamento com medicações sintomáticas. É importante ressaltar que mesmo que o tratamento apresente efeitos colaterais, os benefícios são infinitamente maiores.

Contra-indicações

Não existem contra-indicações absolutas para o uso de ECT, apenas condições que oferecem um risco relativamente elevado: lesões intracerebrais que ocupam espaço; feocromocitoma, doença pulmonar obstrutiva grave, acidente vascular cerebral e infarto agudo do miocárdio recente.

04 julho 2011

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